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Elio Petri - Comprometido com o Cinema
Em retrospetiva na Festa do Cinema Italiano.
Original, mordaz, anticonformista.
Lembrar Elio Petri significa voltar a assumir a importância do cinema como instrumento de discussão política e social. Especialmente num momento onde as imagens perderam peso e valor representativo.
Elio Petri foi um dos grandes nomes do cinema italiano, que hoje, mais do que nunca, é importante lembrar. Morreu jovem e com ele acabou a vaga do dito cinema impegnato, um cinema de uma forte matriz política, comprometido com a realidade social que alcançava descrever e sobretudo atacar, com sarcasmo mas também com ética e moral. Inesquecível o seu sodalício com Gian Maria Volonté, assim como a sua colaboração com o argumentista Ugo Pirri. Juntos escreveram algumas das páginas mais importantes do cinema italiano.
Desta retrospectiva, destaque para “A Décima Vítima”, de 1965, longa-metragem de ficção científica e filme de culto com Marcello Mastroianni e Ursula Andress, a sua obra-prima “Inquérito a um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita”, de 1970, premiado pela Academia de Hollywood com o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e “A Classe Operária Vai Para o Paraíso”, de 1971, filme que recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes nesse mesmo ano, um feroz drama político musicado por Ennio Morricone. Profético e grotesco é o seu testamento fílmico, "Todo Modo" (1976), uma deliberada e feroz acusação ao poder politico italiano, o filme que Pasolini queria fazer mas que nunca conseguiu.